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A arte que saiu no nosso shape pela designer @tat_marques esta concorrendo a um prêmio no @skatetotalurbe Awards 2023 com muitos artistas de peso  🔥

 

Nosso shape “HuG” disponíveis no tamanho 8″e 8,25″

Uma arte que virou até uma tattoo ❤️✨🙌.

Desenho que virou uma tattoo na nossa cliente

Valeu STU por movimentar essa cena tão necessária pra nós. Reconhecer toda essa galera é muito importante e inspirador.

E obrigadx a todxs que acreditam e apoiam a nossa arte 🙌.

Vota aqui

shape collab guid
shape de marfim com fiber glass

Nova collab cheio de cor e energia! E ainda acompanha um lambe lambe , com um desenho da artista, para colar no seu canto preferido e despertar o artista que tem dentro de você!

 

 Sobre o desenho: 

” Árvore do amor –  os espirais são energia e o arco iris é luz, cor e amor universal! “

Guid é uma multi artista : faz graffiti, lambe lambe, gravuras , cenografias e é designer grafico.
Estudante de desenho de comunicação nos anos 90, década de grandes acontecimentos nas artes de rua (street art) e nesse período, iniciou intervenções com stickers, lambe-lambe e graffitis nas ruas de São Paulo.
Participou de exposições coletivas e individuais e fez parte do coletivo Lambdalambs, reproduzindo com técnicas mistas e experimentais os desenhos pela cidade. Em 2005, em parceria com mais dois artistas, fundou a galeria Grafiteria, com interesse em elevar o nível da street art, visando o reconhecimento e valorização dos trabalhos e dos artistas, até então marginalizados pela sociedade.

Participou de exposições coletivas no Brasil, USA e Barcelona e sua  primeira individual em 2007 “A Exaltação do Espírito”, além de exposições no Sesc, Metrô de São Paulo e no Centro Cultural SP, onde tem um mural permanente na Gibiteca Henfil.
Alem disso, desenvolveu estampas, peças de vestuário, acessórios e skates para grandes marcas. Ministrou aulas de artes manuais, como pintura stencil, encadernação e cartonagem em entidades do terceiro setor, além de desenvolver uma marca de móveis com reaproveitamento de materiais. Atualmente tem uma empresa de cenografia artística, onde desenvolve e executa projetos que carregam nosso DNA artístico e multidisciplinar.

Sobre o shape:
Shape  de marfim com a qualidade fiberglass ( uma camada de fibra de vidro que aumenta a resistência e deixa o shape mais leve).

Compre aqui

 

Todo dia é dia de skate mas o dia 21 de junho é comemorado o dia internacional do skate. O Go Skateboarding Day marcou o calendário mundial e hoje é uma data comercial celebrado com eventos, promoções ou um simples role com os amigos. Afinal, qualquer motivo é um bom motivo para se reunir com os amigos e andar de skate.

Criado em 2004 pela a IASC – International Association Skateboard Companies ( Associação Internacional das Empresas de Skate), a data foi criada para ajudar a dar mais visibilidade ao skate através de eventos por muitas cidades, divulgando o skate para o maior números de pessoas  promovendo assim o skate, as marcas, skatistas, eventos e lojas. Don Brown, skatista e responsável por uma das maiores marcas de tênis – a És Skateboard e membro da Associação na época, ajudou a criar essa data comercial para o skate.
Ela cresceu a partir do All Star Skate City Jam realizado pelo Kerel “SiriKala” Roach e Brian Chin em 2002, Nova Iorque e foi renomeado como ”  GO SKATEBOARDING DAY ” em 2004.

 

Achou que o Matriz não ia rolar em tempos de pandemia? Achou errado! 

Vans Apresenta: 

Matriz Skate Pro ON

O Matriz Skate Pro ON On é um campeonato online de vídeos que busca a valorização do skate de rua em sua essência, mostrando que dá pra confraternizar à distância e ver skate em alto nível até em épocas de pandemia valorizando skatistas, videomakers e fotógrafos, com premiação total de R$ 37.000,00.

Quem pode participar?

O Matriz Skate Pro ON On é dividido em 2 categorias:

Masculino Pro e Feminino Open.

Ou seja, para homens, só os SKATISTAS PROFISSIONAIS poderão participar e para as mulheres as inscrições são válidas para AMADORAS E PROFISSIONAIS.

Serão 5 grandes modalidades de premiação e R$37.000 reais em premiação! 

As inscrições são feitas através do site www.matrizskate.com.br/matriz-pro-on.

Melhor vídeo: 

A videoparte é um dos pilares da carreira do skatista e aqui a gente quer ver as suas melhores manobras! A duração dos vídeos deverá ser de no mínimo 35 segundos e no máximo 3 (três) minutos e meio. Confira nosso blog para mais informações de formatos do seu vídeo.

Prêmios para primeiros, segundos e terceiros lugares tanto para masculino quanto para feminino. Os valores das premiações serão divididos em 70% para o skatista e 30% para o(a) videomaker(s). 

Masculino (Skatista + Videomaker(s))

1º R$5.000,00

2º R$2.500,00

3º R$1.500,00

Feminino (Skatista + Videomaker(s))

1º R$5.000,00

2º R$2.500,00

3º R$1.500,00

Diamond Back2Back:

Acertar uma manobra já é bom. Ver outro skatista voltando uma depois da sua é melhor ainda! Aqui serão vídeos com 2 (dois) skatistas em manobras sequenciais no mesmo vídeo, sem corte na edição.

Prêmios para primeiros, segundos e terceiros lugares tanto para masculino quanto para feminino. Nessa modalidade, os prêmios são divididos meio a meio (50%) para cada skatista no vídeo. 

Masculino (Skatista + Skatista)

1º R$2.000,00

2º R$1.500,00

3º R$1.000,00

Feminino (Skatista + Skatista)

1º R$2.000,00

2º R$1.500,00

3º R$1.000,00

 Melhor fotografia:

O skate não seria o que é hoje sem os registros e, nessa modalidade, queremos incentivar as boas memórias de cada sessão! Melhor foto premia a foto que mais se destaca e que acompanha as sessões dos vídeos da competição. 

Melhor Foto: R$ 2.000,00

Premiações Extras *

*Quem participa da modalidade “melhor vídeo” automaticamente participa das premiações a seguir: 

Red Bull Trick Final: 

Os(as) skatistas mais respeitados(as) pela cena são os(as) que lançam as melhores videopartes. A melhor manobra (a bomba) geralmente é guardada para encerrar o vídeo funcionando como uma “chave de ouro”. Isso é clássico e inovador pois puxa o nível e a evolução do skate. 

Pensando nisso a Red Bull criou o Red Bull Trick Final especialmente para o Matriz Skate Pro ON, um desafio que busca a melhor manobra de encerramento de vídeo.

Red Bull Trick Final

Masculino: 1º R$2.000,00

Feminino: 1º R$2.000,00

Melhor edição de vídeo: 

Os vídeos não ficam na nossa memória somente pelas manobras: a edição também faz a videoparte ser eterna! O Matriz Skate Pro ON On também premia edições que se destacam na competição e que fazem as videopartes serem ainda mais memoráveis.

Melhor edição de vídeo:

1º R$1.500,00

2º R$1.000,00

3º R$500,00

Essa é a primeira edição online dos campeonatos do Matriz Skate Pro ON devido ao momento de pandemia mundial que vivemos. Esperamos que nos próximos anos possamos estar juntos novamente celebrando este e outros momentos do skate brasileiro!

BANNER DIVULGAÇÃO

Nos vemos online!

#MatrizSkateProOn

@MatrizSkatePro

O Matriz Skate Pro ON é apresentado por Vans Brasil, com patrocínio de Red Bull, Diamond, Grizzly, LRG Sigilo, e produção da VISTA. 

Por: Divulgação

MARCOS VAN BASTEN ( @mkzsvan) é fotógrafo, vídeo maker e skatista local de Barbacena- MG. Suas fotos tem personalidade e retrata o dia a dia em preto e branco do seu local.
Para Amee Skate Arte é uma satisfação imensa poder colaborar com os artistas / fotógrafos da região mineira porque acreditamos na inclusão do skate & arte de diversas regiões e estilos. E o Esquilo ( Marcos) é um skatista com um estilo e personalidade única onde inspira e fomenta a arte em seu local.

Seu olhar minimalístico e sofisticado para a foto resultou na nova collab da Amee : um shape limpo e representativo.

Entrevista por João Lucas Teixeira (@joaolucasrt)
Música de @meninsk, Gabriel Menicucci – MG

Quem é o Marcos Van Basten?

Meu nome é Marcos Van, meu apelido é Esquilo, sou nascido aqui em Barbacena – MG, sou fotógrafo e videomaker, sou skatista há 15 anos e agora tive essa oportunidade de fazer o collab com a Amee.

Você é conhecido na internet por sua abordagem não-convencional do skate e utilizar a cidade forma diferente. O que te inspira nessa visão e utilização diferente da cidade?

Acho que por eu morar no interior  e em cidades maiores as coisas acontecerem mais rápido, a forma de registrar isso é produzir com o que tem, soltar material na nossa cidade e ir viajando pra fora, filmando, tirando foto com pessoas novas e ir fazendo essas conexões, sem deixar de produzir em casa. Por isso eu comecei a filmar bastante aqui, pois apesar de ser pequeno tem muita coisa pra produzir e a ideia é essa. Por menor que seja a cidade sempre tem algo pra produzir, sempre tem alguma construção nova, um pico novo, nunca não vai ter algo pra usar, a parada é enxergar o que vai ser produzido e correr atrás.

Wallride invertido – foto: João Lucas Teixeira

Nesses 15 anos de skate aqui em Barbacena você deve ter vivido muita coisa, a cidade se transformou, teve muita gente que andou de skate aqui e não anda mais, muita gente que continuou andando, como você vê essas mudanças no skate em Barbacena? Como foi andar de skate aqui?

Eu notei que de quando eu comecei a andar pra hoje em dia, eu me influenciei pelas pessoas que estavam próximas de mim andando de skate. Quando eu comecei foi por causa das pessoas que já andavam na época e em comparação com agora, tinha muito mais informação específica de skate disponível e muito mais gente começou a andar por isso. Quando eu comecei a ver os vídeos, as revistas foi através dessas pessoas que já andavam e me apresentaram. A partir daí eu fui tomando mais gosto em fazer, querendo estar junto fazendo acontecer aqui na cidade e a galera que foi chegando depois foi somando e mais pessoas começaram a produzir. Pela cidade ser do interior e ser uma cidade pequena,  sem estrutura/pista, se quisesse andar tinha que botar a mão na massa, construir os obstáculos. Por mais que tenha a pista da Rua Bahia (mini ramp tradicional de Barbacena) e o espaço no Colégio Salesiano (abre só aos finais de semana) quem quer produzir tem que colocar a cara na rua e fazer o corre de filmar, tirar uma foto por conta própria, sem esperar.

Wallride Nollie em Barbacena – Foto: João Lucas Teixeira

Barbacena já tinha produtores de conteúdo de skate quando você começou, João Paulo (JP Souza) é um exemplo, como foi ter essas pessoas produzindo ao seu lado, como você vê o trabalho dessas pessoas, na fotografia e no vídeo, e o que isso significou para sua produção hoje em dia?

O João Paulo foi primordial pro que eu carrego no meu trabalho hoje em dia né? Desde que eu comecei a andar, e eu comecei a andar de skate por causa dele, por ele ser a pessoa que estava mais perto de mim naquela época. Não só ele como o Moita (Marcelo Fidélis) e outras pessoas que já faziam vários trabalhos aqui, que foram de total influência pros dias de hoje. A vó do JP era vizinha da minha vó e como eu sempre via ele de skate, a vontade de estar andando junto com eles era muito grande, eu achava muito daora. Depois de um tempo ele começou a fotografar com a gente, ele clicava, mostrava as fotos no papel. Ficava muito daora, ver a sua foto assim, no papel, na sua mão. A partir daí começamos a filmar junto. A primeira câmera tinha uma telinha pequenininha, a gente fazia uns vídeos com ela, depois compramos uma parecida com a dele, filmamos ainda mais e depois ele comprou uma câmera pra fazer as fotos e começou a fotografar sério, e hoje virou o trabalho dele. Quando ele começou a fotografar skate, eu ainda não tinha acesso à câmera e a esse material. Depois de um tempo eu consegui comprar a minha primeira câmera e os amigos sempre influenciam né? A você achar uma linguagem para os seus dias. E até outras pessoas que gostam mesmo, que às vezes começam a fazer algo aqui em Barbacena por causa de alguma coisa que você fez anteriormente, tipo um vídeo por exemplo, que incentiva as pessoas a correrem atrás e fazerem também. Por ser uma cidade pequena, com mais pessoas fazendo coisas novas a cena vai expandindo, através de um trabalho vindo daqui, de pessoas que começaram a fazer por causa de outras.

Você acha que hoje, o seu trabalho de fotografia de rua, retratando pessoas em seus seres cotidianos é uma forma de reconhecer os esforços delas também, assim como foi no skate, demonstrar a luta diária dessas pessoas que você fotografa?

A fotografia de rua me ensinou a enxergar muita coisa nas pessoas, no dia-a-dia. Quando eu comecei a fotografar o cotidiano da rua, aqui e em outras cidades, você vê que tem uma rotina e por mais que você passe várias vezes no mesmo lugar, sempre tem algo diferente acontecendo. As pessoas estão sempre circulando, tudo acontece muito rápido e tem muita coisa acontecendo ao mesmo tempo e depois que você passa a ver as coisas dessa forma, as pessoas e a cidade estão todas ligadas mas às vezes você passa perto de uma pessoa e eles nem notam que passou uma alguém sabe? Tem uma casa, um prédio, as pessoas que convivem ali estão ligadas, mas você não repara no todo, isso tudo encaixado. Eu comecei a observar fotografando, um ambiente, um fundo e uma pessoa junto com aquilo, tem todo um encaixe, tudo é único quando é clicado, uma foto, um vídeo, tudo em movimento. Eu comecei a me encantar cada vez mais sabe? Aqui é interior, então você vê muita gente do interior, vem pra cidade fazer alguma coisa com um visual bem interiorano, isso encaixado no meio urbano é muito representativo. Eu comecei a fazer retrato porque expressa quem as pessoas são, as características, os traços das pessoas do interior. Hoje em dia eu saio na rua e já vou observando e é um movimento natural, às vezes uma pessoa passa do meu lado e eu penso “nossa, queria muito fotografar essa pessoa!”. Eu posso não ter uma câmera mas eu tenho o celular, se eu sei que vai dar uma foto bonita eu já clico mesmo assim. Se fosse só uma foto do lugar solto é bonito, mas o todo chama muita mais atenção pra mim, assim como essa ligação das pessoas com a rua. Foi encantador aqui e todas as influências que eu tive nessa jornada. Depois de um tempo você percebe como essas influências de antigamente são presentes no dia-a-dia, pessoas que fotografam a rua, que fotografam skate, etc. Mesmo que você só foque em uma abordagem, você vê várias coisas diferentes em outras abordagens e consegue unir essas referências, trazer pros seus dias e ir adaptando as linguagens.

Senhor pelas ruas de Barbacena – foto: Marcos Van Basten

A foto que usou no seu modelo de shape lançado agora pela Amee é quase que um retrato, um momento que você capturou. Qual a história por trás desse momento?

A história dessa foto é a seguinte: a gente tava lá na Rua Bahia (praça com mini ramp tradicional de Barbacena) andando de skate e estava acontecendo um evento chamado CoreAção, com arte, música, dança e batalha de rima; como no bairro existem muitas crianças e elas gostam muito de skate, esse menino me pediu meu skate emprestado e ficou andando, de boa, gostando total assim. Ele tava adorando estar lá andando, no meio da galera do skate. Eu achei muito daora o jeito que ele tá assim sabe? Sentindo o skate, do jeito que a gente sente, de estar andando, se divertindo. Eu cliquei, revelei a foto e ela ficou guardada. Depois de um tempo a Amee me contatou e me ofereceu essa possibilidade de fazer um trabalho junto. A gente não tinha pensado em ser uma fotografia, tínhamos conversado pra ser um trampo a mão, depois de várias ideias a gente não tinha chegado em algo concreto. Aí eu pensei: porque que a gente não faz algo ligado à marca e a fotografia misturado? Pra encaixar o conceito da marca nessa foto. Eu apresentei a foto e a Tat (designer, dona da Amee) me deu a ideia de misturar o logo da marca (um coração estilizado) com a foto e ela fez desse jeito. Eu gostei muito, a ligação, o coração, o sentimento. Como se fosse a primeira vez que ele tivesse andando de skate e talvez tenha sido a primeira vez que ele andou num skate de verdade; e é isso sabe? Como o skate traz pras pessoas um sentimento, a diversão de estar ali andando, sem pensar em mais nada. Trouxe pro menino o sentimento de liberdade que o skate traz, de estar ali andando e pra mim de ter clicado o sentimento dele. Isso pra mim foi muito gratificante, agradeço a Tat, a Amee, de coração mesmo, de ter me dado a oportunidade de fazer essa somatória. Obrigado mesmo! <3

Foto original do shape lançada pela Amee Skate – foto: Marcos Van Basten

Depois de ter feito todos esses trabalhos, ter fotografado tanto tempo, estar andando de skate e trampando com skate com algo mais consolidado, o que você tá vendo pro futuro nessa caminhada?

Eu to vendo que hoje em dia tem muita gente que eu não sabia que colocou a cara na rua, que fez a gente conhecer seus trabalhos porque está fazendo o seu e fazendo chegar na gente. Tem muito skatista próximo da gente que é artista, que faz foto, que faz vídeo, se move sabe? Isso que eu quero ver cada vez mais, nossos amigos, várias pessoas se influenciando em arte, em fotografia, em música. Quero que peguem isso tudo e tragam para nós, pra conhecermos várias coisas novas, absorver e com isso as pessoas também vão se informando cada vez mais, se inspirando em outras. Pra nós é a melhor coisa, se influenciar nos nossos amigos, nas pessoas que tão fazendo. É isso que eu quero, quero ver arte, quero ver muita gente fazendo. Acho que pela informação estar chegando mais fácil pra gente, conseguimos buscar referências, pesquisar sobre as coisas; é só querer. Se você quiser que a arte esteja próxima de você, cê vai absorver da melhor forma. A arte é feita pra fazer bem pra gente, nossos dias, tudo. Por isso que eu digo que a fotografia, o vídeo, a música se ligados a tudo nos seus dias, você vai viver até enxergando de outra forma, vai andar da rua e talvez reparar em algo que nunca reparou. Algo que tava ali a tanto tempo e você nunca enxergou.

Arte pra ser vivida na rua! Malabarista em Barbacena-MG – foto: Marcos Van Basten

Pra finalizar, o que você gostaria de dizer pra pessoas que estão tomando esse rumo da arte, que estão descobrindo suas trajetórias?

Um conselho que eu daria é que todo mundo tem tudo pra fazer com o que tem nas mãos, equipamento é o de menos. Você consegue fazer uma fotografia, um vídeo com o seu celular por exemplo. O que não pode é desistir, tem que estar sempre se esforçando e querendo fazer. Se você acreditar em você, se você gosta daquilo que está fazendo e acredita que aquilo é bom, segue seu olhar naquilo e vai fazendo, fazendo, fazendo. Ouça o que as pessoas que são importantes pra você tem a dizer, você pode se basear nisso pra te ajudar a melhorar cada vez mais. Com isso cada dia mais você vai conseguindo se encaixar e achar sua linguagem. Não desista de você, acredite no seu trabalho e corre atrás! Se você acreditar em você, naturalmente seu trabalho vai chegar em outras pessoas e elas vão se identificar com seu trabalho. O mais importante não é o equipamento, mas o sentimento e a mensagem que você quer passar e isso que vai importar no final das contas.

Sérgio Santoro em seu nose manual clássico nas ruas do Rio de Janeiro – foto: Marcos Van Basten

Muito obrigado pela oportunidade de estar aqui, parabéns pelo seu trabalho, por estar produzindo foto e vídeo e apoiando as pessoas daqui de Barbacena e de outros lugares. Continue assim que vai dar tudo certo pra você!

Obrigado você por colar aqui, eu gostaria de agradecer a Amee, agradecer as marcas que acreditam e apostam nos skatistas e artistas, que valorizam o trabalho dessas pessoas. Que veem a importância disso pra marca e pro skate como um todo. Marcas que te dão espaço, pra te ouvir, assim como a Amee fez comigo. Eu tive a ideia junto com ela e o espaço que ela deu pra mim, pro Flávio Grão (outro artista convidado dessa série de shapes da marca), de acreditar sabe? Às vezes você tem a ideia, você quer passar, mas não tem quem te ouça, até você chegar nessas pessoas é muito difícil, pra gente que mora no interior sem você conhecer em pessoa. Eu só tenho a agradecer a Amee, essas marcas e pessoas que me deram essa oportunidade, com certeza vai ficar registrado pro resto da vida.

Marcos em sua casa – foto: João Lucas Teixeira
assinatura no shape da Amee
shape Amee

Shapes já disponíveis para compra – acesse : clique aqui

video por: João Lucas Texeira

AMEE.

shapes: www.ameeloja.com.br

Conheço a Karen Jones há uns 16/17 anos e o que sempre me chamou à atenção foi a criatividade, multiatividades e o foco que tinha em seus diferentes objetivos. ⁣

Influência pesada na propagação do skate feminino com suas inúmeras aparições em revistas, tvs (já foi entrevistada pelo Jo Soares) e em propagandas. 1ª campeã mundial no vertical, representante brasileira do skate feminino em campeonatos dessa categoria, quando ainda estava em expansão.⁣

Lembro quando a vi acertar pela primeira vez um Bs Flip Indy, no half do Mineirinho (2005/2006), foi ali que eu tive certeza que o feminino no Brasil não ia ter limites. ⁣⁣
Lançou seu novo EP – O pequeno Excesso que você escuta clicando aqui.

Texto: Tat Marques
Para : Divas Skateras

 

Lançando seu EP


Acompanhem a entrevista da multi artera Karen Jones e suas artes atuais.⁣

DVS – O skate pra você é?⁣
Um caminho.⁣

DVS – Qual é a sua arte?⁣
Atualmente música.⁣

DVS – O que te fez seguir neste estilo?⁣
Faz muito sentido pra mim escrever e tocar. Desde que tive acesso a programas de gravação de áudio, fui fuçando, explorando sons, empilhando melodias. ⁣

DVS – Qual a relação do skate com a sua arte?⁣
A música faz parte do dia a dia, e escrever sobre também. Eu sofri muitas desilusões amorosas, poucas dentro do skate até. No fim das contas, acabo falando de sentimento. Acho que o skate influencia na maneira como vejo o mundo, as pessoas que tenho contato e como sou moldada por tudo isso também. Tive oportunidade de viajar, conhecer muitas culturas e acho que isso acaba refletindo no que produzo.⁣

DVS – De onde veio e vem a inspiração?⁣
Vou falar mais sobre a fase atual, senão vai virar um livro, rs. Acho que vem da simplicidade. De não complicar, de fazer “sem pensar”, sem deixar enroscar. Eu tenho tendência a ser perfeccionista e obsessiva. Então coisas minimalistas, descomplicadas e leves tem sido minha inspiração.⁣

 

Karen Jones- Foto @eduardobraz74

DVS – Você é multitalentosa: escreve, canta, toca, desenha, pinta, cozinha, é mãe e ainda anda de skate. Como consegue conciliar tudo isso?⁣
Não consigo né meu bem. Antes de ter filho eu tinha uma certa organização, além de privilégio. Eu tive muitas oportunidades que a maioria não teve. Sou branca, de uma família classe média e isso, por si só, já responde muitas coisas ao meu ver. Mas mesmo dentro desse contexto sempre usei meu tempo nas coisas que eu gostava, como desenho, música, escrita, nunca curti muito sair à noite por exemplo e sou um pouco anti-social. Aí acabava sobrando mais tempo para essas outras coisas, hehe. ⁣

Leia também a entrevista da artera – Vitoria Bortolo


DVS – Para você qual a importância da manifestação artística na vida e no skate?⁣
A arte expressa aquilo que a gente não pode explicar com o racional, com a mente, é um tipo de linguagem que para mim fica com 50% de responsabilidade de comunicaçã, hahaha. ⁣
É o que nos nutre de maneira profunda, nos conecta com o que não conseguimos expressar. No skate eu penso no skatista, que já é alguém que rompeu um pouco com coisas tradicionais. Pra esse cara (mina), faz muito mais sentido abraçar a arte junto com o skate, porque skate sem arte é tipo um corpo sem alma, uma carcaça sem vida.

 

 

DVS – Você tem muita experiência e vivência no skate feminino. E na sua opinião o que vc acha da atual cena do Skt feminino e o que falta para a profissionalização das Skatistas tanto em campeonatos como produtoras da própria cena ( Filmakers, produtoras, fotógrafas, e etc)?
Eu venho falando disso a algum tempo já toda vez que me perguntam o que falta pro skate feminino…e a primeira coisa na minha opinião é oportunidade abrangente. Abertura pras minas negras, pras mães, pras menos favorecidas financeiramente. A gente consegue melhorar isso com atitudes desde os campeonatos grandes não cobrarem uma fortuna pra inscrição, as mídias abrirem esse espaço pra contar as histórias, as marcas patrocinarem minas, e minas fora do padrão. Eu sempre tentei usar meus privilégios para conseguir coisas pro skate feminino, talvez não tenha sido o suficiente, eu entendo, mas vou continuar usando e não vou descansar até ver que melhorou o que as minas merecem..
Eu acho que aquelas que tão bem no game tem que usar a influência pra trazer o máximo de outras meninas com potencial pra perto, dentro do possível. Digo isso por constatação prática…desde a primeira capa da Tribo que fiquei enchendo o saco dos editores por meses até eles cederem a botar uma mina na capa, inúmeras skateparks que consegui mostrar o quão importante era uma sessão só de mina de graça ou pagando menos, até a igualdade da premiação em nível mundial vindo de um posicionamento apoiado por um grupo forte. Se nós não tivermos ali, ninguém vai fazer por nós…
Acho importante tb nos conectarmos de vdd e nos apoiarmos dentro do possível. É claro que as vezes vc nao se da bem com alguém e faz parte. Mas eu acredito que não adianta fazer discurso de inclusão e não ser acolhedora umas com as outras na prática. Eu mesma já fui muito mais fechada do que sou hoje em dia, e faz parte também do amadurecimento de cada uma se dar a chance de aprender. Hoje eu não consigo estar numa sessão com outras minas e não querer proporcionar um momento legal pra todo mundo. Então eu acho que passa por atitudes simples, o que tá ao seu alcance… desde um sorriso, ajudar com uma peça, somar nas idéias, exigir que a marca que te patrocina faça mais coisas relevantes pela categoria, contrate profissionais mulheres (principalmente negras), etc.. To falando isso e anotando aqui pra mim mesma tb pra jamais deixar passar!

 

DVS- um recado para as Skatistas?
Eu queria dar um recado não so pra skatistas mas pras minas que giram em torno do nosso universo. Primeiro é: pesquisem a história do skate, saibam quem veio antes de vocês e honrem essas mulheres. Todas foram importantes pra termos a liberdade que temos hoje. Não foi do dia pra noite e skate não começou em 2008!
Se vc é fotografa, video maker, COLE com as minas do skate! A gente PRECISA de foto, de material, e vc quer aprender a filmar/fotografar skate é bom pra todo mundo! Eu faço isso direto, mando inbox pra minas que eu curto o trampo e peço ow, vem me fotografar? Vamos trocar? Já aconteceu várias vezes deu levar até essas minas pra dentro de marcas, fazermos trabalhos juntos e ser incrível.
Criem, não tenham medo… façam sua arte. Desenho, colagem, rima, poesia, moda. E não tenham medo de errar, de ficar ruim, de ter que provar algo… E troquem muito, colaborem. O skate precisa de designers, estilistas, fotografas, DJS. Se juntem, façam eventos, zines, músicas, zueiras. Pra mim é indiscritível o poder que 2 ou 3 minas juntas fazendo uma parada verdadeira tem.
Esse é mais pra quem tá chegando agora..vcs vao ver muito skate na tv daqui pra frente e eu quero que vcs saibam que skate NÅO é só aquilo. Aquilo é uma parte, relevante, mas é pra uma meia dúzia… a realidade de 99% não é essa e ninguém é menos legal por isso, aliás, tem muita gente que nunca correu um campeonato na vida que entende muito mais o que é ser skatista do que quem tá aparentemente “bem sucedido”. Se mantenha fiel ao seu principio e toda vez que tiver insegura ou tiver duvida se lembre porque diabos foi que vc começou a andar.

Fotos: @eduardobraz74 / arquivo pessoal da karen Jones
Texto: Tat Marques ( @tat_marques )

#divasskateras #skatefeminino #skatefemininobrasil #skatebrasil #skatearte #arteras

 


 

Arteras é um espaço de entrevista com as skatistas ( mulheres ) que praticam a arte alem do skate. Artes como: pintura, design, música, edições em videos, dança, literatura, moda entre outras tantas formas de expressão artística no instagram do Divas Skateras feito pela skatista e fundadora da Amee Skate Arte Tat Marques no intuito de informar e inspirar as pessoas com as diversidades dentro da cultura do skate .

Divas Skateras é um projeto idealizado pela skatista de Cuiabá Estefânia Lima, desde 2006, para promover e unir as skatistas de diferentes lugares do Brasil. Produziu grandes eventos como o encontro de skate feminino simultâneo no Brasil ” Divas Session” e o vídeo ” We Can Do It ” só com mulheres.

O Dia Mundial do Skate, comemorado no dia 21 de junho, é uma data comemorativa criada pela Associação Internacional de Empresas de Skate ( International Association of Skateboard Companies – IASC )  para promover o skate no mercado. Essa data comemorativa foi iniciada em Nova York por Kerel “SriKala” Roach e Bryan Chin em 2002 originalmente chamado de All Star City Skate Jam e mais tarde renomeado para Go Skate Day em 2004.

Em 2006, mais de 350 eventos ocorreram em 32 países ao redor do mundo ( o Brasil esta incluído ) e no ano seguinte o IASC recebeu o reconhecimento especial do congresso da congressista americana Loretta Sanchez por seu trabalho na promoção do esporte do skate e no incentivo aos jovens para sair e praticar o skate.

dia mundial do skate
go skateboarding day

No Brasil, em 26 de junho 1995 , foi aprovada pela Câmara Municipal de São Paulo uma lei de autoria do ex-vereador Alberto Turco Loco, que institui o dia 03 de agosto como dia Municipal do Skate em São Paulo.

Uma data importante para o reconhecimento do skate como uma atividade muito boa para o corpo e mente e não marginalizado como era antes.

Segue as artes feitas para o Go Skateboarding Day desde 2009 pela Amee Skate:

 

Artes de 2018 e 2019

Artes de 2015 e 2017

Artes de 2013 e 2014

Artes de 2009 e 2010

 

Viva o skate que vai alem de uma pratica esportiva. É um estilo de vida onde envolve arte, amor e uma cultura que muitos tentam entender mas só quem é skatista entende.

Veja aqui os novos nomes da diretoria da CBSK

Vai andar de skate!!!

Por : Amee Skate Arte

A mineira Cachorro Molhado Crew lança seu novo vídeo “CHRIS e GREG numa quarta-feira de cinzas” . Filmado numa quarta-feira de carnaval, o vídeo marca uma nova fase na produção do grupo e ainda constrói uma atmosfera reflexiva e melancólica condizente com nossos tempos atuais. Fizemos uma entrevista com as pessoas envolvidas no projeto, confira: 

 

Texto por: João Lucas Teixeira (@joaolucasrt @woskatearte)

 

J- É difícil entrevistar amigos, melhores amigos é ainda mais difícil. Eu sentei com Max Souza, músico multi-instrumentista e um dos skatistas do vídeo, para conversar nosso último projeto e reencontrar um amigo numa tarde chuvosa, perfeita pra ocasião. Com guitarra na mão e sorriso no rosto, falamos do projeto, da nossa trajetória nesses tempo pré-pandemia, sobre o como a arte está se transformando na pandemia e no o que isso significa para nós skatistas-artistas.

PARA QUEM NÃO ASSISTIU: 

 

J- Pra começar, quem é o Max Souza? A pessoa, o músico e o skatista.

 

M- Quem sou eu? Legal essa pergunta. No início, antes do skate, aquela coisa de infância pra adolescência eu era o Maxwell, um músico dedicado, desde muleque eu já tocava bateria, guitarra na igreja em que minha família frequentava. Daí veio essa febre de ver os caras andando de skate na calçada de casa, o “rolimã que não parecia rolimã”. Quando eu penso no início eu penso nisso, na pré-adolescência quando a mente foi começando a abrir, quando comecei a tomar uma noção de mundo, abri os olhos pros detalhes. Depois disso eu saí da igreja, vi um skate na papelaria, quase que naquela ideia de montar uma bateria (risos) Eu estudei, fiz minhas coisas e consegui comprar o skate. A partir daí as coisas tomaram um rumo, eu conheci a galera, comecei a andar de skate. Nesse momento eu fui morar muito perto da pista de skate, e tinha um movimento grande de skate na minha rua, então eu sempre tava andando. Eu tinha uma amigo que morava perto da minha casa, a gente sempre jogava muito tony hawk e acabamos juntando pra andar. Esse meu amigo nunca me deixava sem skate pra andar e partir daí o skate começou pra mim. Fui arrumando uns trampos, comprando peças e fui entrando nesse mundo, depois que eu descobri o freestyle, influenciado pelos grandes mestres, eu fui achando essa liberdade pra me expressar no skate. Não era sobre manobras, mas essa visão diferente, de ser algo natural, prazeroso.  Isso me influenciou muito na música para continuar tocando e experimentando.

 

VIDEO SKATE ARTE - “CHRIS e GREG numa quarta-feira de cinzas”
Max gravou a música do vídeo no mesmo dia da gravação das manobras na área de sua casa antes de sair pra filmar. Foto: João Lucas Teixeira

 

J – De onde vem o CHRIS e GREG que dá nome ao vídeo?

 

M- Eu não lembro os detalhes, mas um dia eu trombei com um cara com uma bike laranja empinando a bike no meio da rua. Eu nem sei se ele sabia o que era skate e eu pra lá e pra cá assim, de repente aconteceu esse encontro. Aí foi eu na casa dele, ele aqui em casa, a gente trocava uns games como se fosse figurinha… e ele me aparece com um skate. O rolê era constante e um dia minha mãe apareceu com essa coisa do Chris e Greg aqui em casa. Nisso já tem quase uns 8 anos que já tem esse Chris e Greg (risos). A gente ia pra aula de skate, pra andar de skate, saí da aula passava em casa pra almoçar e já saia pra andar de skate de novo. E olha nessa época um nem gostava de ir pra escola. (risos)

 

VIDEO SKATE ARTE - “CHRIS e GREG numa quarta-feira de cinzas”
O Greg (João Lucas Teixeira) pelas ruas de Rio Pomba – MG. Foto: Max Souza

J- Eu (Greg) e sua mãe já tínhamos até um combinado, que cê precisava de companhia pra poder ir pra aula e eu precisava de companhia pra andar de skate na escola. (risos) saudades dessa época. A partir daí foi um momento que a gente parou e começou a começou a pensar que a gente podia fazer conteúdo de skate de qualidade e acho que dessa fagulha foi nascendo a ideia tantos desses artista que viemos nos tornar tanto do que hoje viria ser a crew (Cachorro Molhado). Como você vê essa sua relação do seu skate com a sua música?

 

Max – Essa época foi importante pra mim porque foi quando eu comecei a levar essa coisa da música mais sério, eram 3 coisas, ir pra escola, andar de skate e tocar. Essa rotina foi me acompanhando, fui tocando mais guitarra, tirando as músicas do Guitar Hero, aquelas playlist de música de vídeo de skate que cê me passou e sempre intercalando rolê e tocar. Eu encontrei as pessoas (da CM) e fui criando amizades, que até hoje existem e foram se fortalecendo. Nessa mesma época eu fui convidado para tocar num show e isso foi crescendo no que virou essa vida de músico profissional. Eu estar tocando pras pessoas foi ficando confortável, essa coisa de apresentar era como se fosse a sala de casa e o skate me ajudou muito nisso, as metas que eu trazia do skate me ajudavam a lidar com os desafios da música.

A persistência, essa sensação de liberdade. Eu não me vejo nessa timeline da minha vida agora sem o skate. Isso me possibilitou muitas coisas.

 

J – Como foi o processo de gravação do CHRIS e GREG?

 

O dia da gravação não tava propício pra andar muito ou tocar muito. Eu tinha feito 8 ou 9 shows no carnaval (Max é Baterista numa banda atualmente) e com uma mudança pra fazer no dia seguinte não ia dar pra andar de skate freneticamente (risos). Você passou lá em casa, gravamos a música e saímos de lá pra andar. Não foi a  vontade de gravar skate ou de tocar que fez isso acontecer, foi a vontade que a gente tava sentindo na hora, de se conectar, de aproveitar o momento que a gente tinha e registrar isso. É uma forma que a gente encontrou de compartilhar esse sentimento daquele dia. Essa dia ganhou vida. Um dia cinza com gotas d’água caindo nas poça. Ganhou muita vida.

 

J- É um contraste tão grande do que naquela época e até o que a gente tava vivendo pouco antes da pandemia, essa liberdade, esse estar fora de casa. Como cê tá lidando com esse afastamento social e quarentena?

 

M- Eu sempre tive essa coisa de me inspirar nos acontecimentos do dia-a-dia para tocar, a música acompanha a vida. Nessa fase que a gente tá vivendo agora parece que deu uma travada nisso, até porque a gente tem que passar ver a coisa com outros olhos ou as vezes por uma tela ou só fragmentos de algo. Parece que minha mente ficou mais sensível para a estética da coisa, as sensações. Sempre pensava coisas em blocos, saía do rolê e ia pra casa pensando numa música, chegava e mcasa e tocava a música. Hoje em dia, como não tem esse fluxo do rolê, eu vejo as coisas e vejo formas, imagens, filosofia e tento entender o que aquilo quer dizer. Outro dia eu saí aqui no portão de casa e olhei pro céu, eu nunca tinha visto tanta pipa no céu. Era uma coisa linda, o céu azulzinho e aquele tanto de pipa colorida, na hora eu imaginei uma capa de álbum. Confesso que estou meio distante de estudar técnicas e práticas novas porque não estou tendo shows para tocar, mas estou pesquisando músicas, artistas e vendo essa experiência geral assim, a partir de quem está escutando e não tocando. Foi uma troca de perspectiva assim.

 

VIDEO SKATE ARTE - “CHRIS e GREG numa quarta-feira de cinzas”
Um momento lindo e sincero nas gravações do vídeo Foto: João Lucas Teixeira

J – Você acha que nós como artista talvez teríamos de usar esse tempo para estudar coisas fora de sua área, pra explorar mais e unir esse momento que estamos fechados em casa a uma pesquisa sobre como nos tornar artistas e pessoas melhores para com a sociedade?

 

M – Na minha visão, como artista, estamos sempre num meio termo, um muro, de sair da sua zona de conforto para a criação e ao mesmo tempo nos sentindo estagnados. Eu to passando pela fase da estagnação. Fico meio perdido pra produzir, o que vou estudar me sentindo com muito tempo ou até sem tempo, talvez porque a gente recebe muita informação o tempo todo. Isso é o lado ruim, agora o lado bom, é que talvez com essas coisas o artista se sinta mais inspirado pra fazer mais coisas, estudar mais coisas, se informar mais sobre o que está fazendo ou sobre os detalhes do que está fazendo. Acho que vamos ficar mais sensíveis um ao outro e que isso pode ajudar no futuro. A arte é sobre quem vê, não só sobre quem faz. Na arte tudo importa, assim como no mundo, as pessoas importam cada uma delas e precisamos ter isso na cabeça pra montar um futuro melhor. Nosso vídeo mesmo foi uma coisa que eu achei que traduz essa sensação, dessa atenção dos detalhes pra mostrar um universo, e aquele dia ganhou vida, registrado pra sempre. Talvez seja uma boa hora pra eu te mandar um texto que uma amiga minha me mandou sobre o nosso último vídeo logo depois de ter assistido:

 

“Mas dá uma melancolia na gente essa música, faz a gente ficar olhando vocês andando de skate como se fosse a nossa vida passando. Os momentos bons, os erros, os acertos; assim como vocês com seus movimentos no skate. Quando tem hora que quase dão de cara com um carro kkk parece quando a gente dá de cara com uma situação ruim mas aí vocês saem sorrindo depois. Quando vocês acertam, vocês sorriem o dobro. Talvez fique essa lição sobre sorrir, sempre sorrir…” – Jôvania Alves 

 

J- Com essa linda declaração terminamos a entrevista. Muito obrigado Jôvania e Max pelas palavras, obrigado Amee Skate pelo espaço pra falar e expandir esse universo do Chris e Greg. Sigam a CM @_cachorromolhado e o Max Souza @maxsouza_dr no insta para acompanhar a crew e o trabalho do artista!

Até a próxima galera, fiquem em casa e lavem as mãos!

Mais post do João : Collab Amee x Grão

#skatearte

 

  Credits é nome do primeiro vídeo de skate da Vans apenas com mulheres manobrando, filmado e editado pela skatista e filmaker australiana Shari White que apresenta as skatistas Una Farrar, Breana Geering e Fabiana Delfino. O vídeo foi captado em 4:3 com um mix de HD e Super 8, ao redor do mundo, e entregaram o resultado impecável em pouco menos de um ano.

O título remete aos “créditos”, onde as garotas geralmente apareciam nos vídeos de skate, sem partes completas e/ou principais. Agora, a realidade é outra e estamos vendo cada vez mais produções feitas com garotas e por elas.

– Para ver o 1º  vídeo de skate feminino do Brasil clica aqui

Esse projeto conta com participações especiais de Beatrice Domond, Cher Strauberry, Clara Solar, Helena Long, Dayana Young, Poppy Starr e Adelaide Norris. Credits mostra muito bem como é a vivência das garotas de diferentes estilos, personalidades e habilidades, com um amor em comum, o skate.

“É disso que se trata o skate! O riso e a amizade, juntamente com as batalhas – espero que os espectadores tenham uma sensação desse sentimento.” (Shari White)

“Credits são apenas algumas melhores amigas se divertindo e fazendo um vídeo de skate.” (Breana Geering)

—–
Aqui no Brasil temos que ter mais produções como esse vídeo de skate (seja ela independente ou patrocinada): de mulher para mulher. Uma união que vai alem do ego e da espera.

AMEE.

Por: Estêfania Lima ( @divaskateras)
Fonte: site 100% skate

A Amee tem uma grande satisfação em fazer essa parceria com o artista e amigo Flavio Grão. Demorou um pouco para acontecer mas hoje ele faz parte da nossa historia com essa pintura exclusiva e muito bonita que estampa os shapes da marca.


Quem é o Grão?

Eu sou Flavio Grão, eu cresci em São Bernardo do Campo – SP, tenho 44 anos, sou educador e artista plástico.

 

Qual sua relação com o skate e com a arte?

Eu cresci em SBC, lá tem a pista clássica, que já foi até reformada algumas vezes, e foi um período em que o skate estava em sua forma mais agressiva. Na década de 1990 eu andava e as artes do skate me chamavam muito a atenção, foi o skate que me apresentou o punk rock que é uma cultura que me ensinou muito através do Do It Yourself (Faça você mesmo).Eu desenho desde muito pequeno mas foi quando eu comecei a frequentar o cenário do punk e do hardcore que eu comecei a ver uma função para a minha arte. Eu comecei a ser chamado pra usar a artes que eu fazia no meu caderno para estampar a capa de um cd, uma camiseta, ou fazer um cartaz de banda,etc. A primeira função que minha arte teve foi a serviço da música e isso continua até hoje.

 

cartaz de autoria do artista para um show da Chocolate Diesel, na qual Grão era Guitarrista na década de 1990

 

 Quando você fala de um skate agressivo e da própria estética apresentada por esses shapes na época, você acha que hoje no momento em que que vivemos, elas ainda teriam o mesmo efeito?

Eu acho que o skate nos anos 1990 era mais transgressor e de certa forma suas artes também representavam isso. Hoje em dia o skate tá por todo canto, isso é positivo porque você tem acesso a várias formas de arte, de shapes e muitos skatistas acabam se expressando através da arte. O skate tem essa questão da atitude e skatistas vêm a possibilidade de se expressar através da música, desenho e da pintura. Hoje eu não acho que as estéticas do skate não estão ligadas a uma coisa só, nos anos 90 estava muito ligado a agressividade, as caveiras, etc. Hoje em dia tem espaço para praticamente tudo.

 

  O seu contato com o skate quando você era mais novo, que te apresentou esse caminho pautado pela liberdade e por essa forma lúdica de encarar a cidade, contribuiu de alguma forma pro seus processos criação hoje?

Acho que foram duas coisas, o skate e o punk rock. Primeiro o skate por essa outra percepção da cidade e se deslocar, encontrar grupos de diferentes bairros e classes sociais. O skate tem essa característica da congregação, que me fez conhecer a cidade de uma outra forma. Lançar possibilidades e se desafiar, de encarar as coisas de maneira diferente. Acho que essa subversão que o skate traz também pode ser aplicada para a arte.

 

Você, como arte educador, advindo desses movimentos, como foi fazer essa transição para a prática como educador?

Eu me tornei educador dando aula no movimento punk, eu vi que queria trabalhar com liberdade e trabalhar com pessoas, a reciprocidade. O skate traz uma percepção diferente da cidade, consciente e inconscientemente. Você olha cidade com outros olhos, primeiro porque pode fazer interações lúdicas e também como um desafio. Acho que isso faz com que skatistas encarem a cidade e sociedade de uma forma diferente, porque andar de skate é criar em cima da cidade, eu vejo que muitos skatistas acabam tem e manifestam essa capacidade criadora, se envolvem com música, fazem arte, indo por esse caminho artístico. O skate é uma mola propulsora da criatividade.

crianças realizam dinâmica de pintura em uma aula ministrada por Grão

 

  Vendo que o skate como método de empoderamento, é uma ferramenta útil na educação? Você já usou o skate ou coisas advindas do skate no seu processo como educador?

Não porque eu creio que o skate é livre, acima de tudo, mas ele tem um componente que eu não diria exatamente educativo mas de sociabilidade, através dessa qualidade de congregação, de união de pessoas de diferentes lugares, se reunirem para andar de skate. Eu vejo sim a questão do empoderamento, da criança/jovem que começa a andar muito cedo, superar seus próprios desafios, a se deslocar pela cidade mas creio que ele não se encaixa no sistema educacional. Ele é sim educativo, talvez até auto-educativo.

 

  Você é ilustrador e já realizou vários trabalhos como zines de narrativa, capas de livros e cds. Como anda essa produção dessas obras? 

Eu estou mais focado na pintura agora. Eu tenho sorte de ser convidado para fazer um estilo de arte que eu já faço em termos de estética, e de fazer coisas que eu consumo né? Eu gosto muito, tenho sorte das pessoas respeitarem o tipo de desenho que eu tenho e confiarem no meu trabalho.

obra do artista estampa o disco “Ponto Cego” da banda de harcore Dead Fish lançado em 2019

 

  Como aconteceu esse convite da Amee para fazer essa colaboração do shape?

Eu conheço a Tat (criadora da Amee skate & arte) há muito tempo. Nos anos 90 ela foi uma das primeira meninas que eu conheci que andavam de skate. Nós somos da mesma geração, tínhamos amigos em comum, ela colava nos shows da minha banda (Chocolate Diesel, img 2) é uma história bem longa. Nós vimos essa possibilidade de fazer esse shape junto e eu já conhecia os outros shapes da marca, vejo que ela tem essa questão de dar liberdade para uma arte do shape, acho isso muito bacana porque vira um objeto colecionável mas também feito para ser usado.

arte original do shape, látex sobre papel

 

  No processo de produção da ilustração do shape, e de representação das crianças no shape por exemplo, de onde vieram essas inspirações e o que foi/é essa arte pra você?

Eu pensei muito na questão lúdica da cidade e no arquétipo urbano que o skatista acaba virando, daquela menina ou menino empoderado, que circula se desafiando pela cidade. Os rostos deles não são mostrados porque skatista é um arquétipo da cidade, grandes ou pequenas, sempre existe aquela figura que está sempre circulando, desafiando a arquitetura urbana, o banco vira um obstáculo, etc. Sempre estive pensando nisso, dessa forma lúdica e desse pensamento, muitas pessoas não percebem, mas é uma forma de pensar o mundo de vê-lo de outra perspectiva. 

A menina no topo porque o skate é uma atividade que propicia muito esse empoderamento feminino, de certa forma a criação das mulheres tradicional é pensada para que ela não saia de casa e o skate traz essa questão do movimento, do expandir, então eu achei fundamental que a figura principal da arte fosse uma mulher.

Com relação às cores, eu usei tinta látex, tinta de parede de cores bem populares e familiares à prática do skate, que a gente vê na rua cotidianamente, porque o skate é segunda atividade atlética mais praticada no Brasil e isso faz com relativamente comum vê-la pelas ruas participando daquele ambiente urbano.

 

   Em que momento para o Grão aquela arte foi feita? O artista que começou aquela arte é o mesmo de hoje?

A gente sempre muda né, mas naquela época eu estava fazendo uma pesquisa de cores, América Latina, na arte do shape isso fica mais explícito, mas essas referências continuam no meu trabalho. A gente nunca é a mesma pessoa, mas eu continuo trilhando esse mesmo caminho.

 

  Na sua produção você utiliza muitos cadernos, sketchbooks, são coisas dinâmicas que podem ser levadas e trabalhadas em qualquer lugar, porque essa escolha?

O sketchbook é como um diário pra mim. Um lugar de registros conscientes, escritas e através do desenho, muitas informações simbólicas e inconscientes. É uma produção que eu levo muito a sério, eu vou desenhando e vai criando uma narrativa que muitas vezes eu só vou entender depois. É um modo de transformar minha vida cotidiana em arte, muitas vezes eu vejo que um desenho que eu fiz no caderno as vezes vira um quadro, é uma produção que se movimenta constantemente.

esboços originais da arte do shape lançado pela Amee

esboços originais da arte do shape lançado pela Amee

 

  Como o artista em você percebe essa arte utilitária, que é além de estampar algo ela também vai passar pelo uso cotidiano, no caso do shape por exemplo?

Eu acho que o shape tem duas coisas, tem a questão de que é uma obra colecionável e uma obra que vai ser destruída né? Quando você faz/compra um shape com uma arte que você acha bonita, deve ser uma contradição muito grande pra quem compra. O shape é um modo de arte urbana muito efêmero assim, é algo que vai ser feito para ser desgastado. As vezes eu fico pensando, talvez se a pessoa gosta muito da arte ela pode compra um shape pra colocar na parede e outro pra destruir hahaha

 

  Você já tinha feito outras artes de shapes antes?

Essa é a segunda arte. Nos anos 90 eu fiz uma série inteira, com 8 shapes e agora to voltando com esse. Da primeira vez eu tinha um personagem em comum e tinha que adaptar o personagem pra cada skatista de acordo com suas características e coisas que eles gostavam e agora é uma arte que eu fiz de maneira bem independente, de certa forma é um respeito pela arte por si só.

 

   O skate como arte trabalha com arte sensível, sentir nas mão, sentir as texturas com os pés e sua produção é majoritariamente manual. A sua escolha por produzir arte manualmente é de manter esse aspecto sensível e manter essa tradição da arte feita com as próprias mãos? 

Se eu fizer um resgate, eu comecei fazendo arte manualmente, aí veio a arte digital, eu não migrei pra arte digital porque a princípio eu não quis aprender e depois eu vi que o que eu fazia tinha muito significado, pelo fato de ser manual e porque era um diferencial. Eu acabei me mantendo na arte manual mas eu creio que a arte digital é muito importante para quem trabalha com velocidade. Pra mim faz sentido fazer uma arte manual porque tem ligação com o gesto, o inconsciente e a velocidade mais lenta também contribui pra você pensar de uma outra forma para o que está produzindo. No começo era o que eu fazia, depois eu não corri atrás e acabou sendo o que eu faço até hoje haha

 

  Você acha que hoje no tempo em que vivemos, no qual tudo é acelerado, e a gente não consegue lidar com a velocidade em que as coisas acontecem, deveríamos ter mais contato com a arte manual e ter um tempo diferente mais devagar do fazer?

Tem uma teoria da educação que fala que para o conhecimento novo ser absorvido ele tem que se estabilizar aos conhecimentos anteriores e só depois ele vai se encaixar naquele sistema, como se pegasse um livro e encaixasse numa estante cheia de outros livros, primeiro ele se estabiliza e depois você encaixa, classifica ele. Para mim o tempo da contemplação é muito importante, de encaixar, de absorver e talvez se apropriar daquele novo conhecimento.  Eu cresci no analógico e não sei como é para alguém que nasceu no digital. Pra mim isso é muito importante mas é difícil dizer como as outras pessoas lidam com isso.

 

Obrigado por ter nos recebido em sua casa, por nos conceder essa entrevista e parabéns pelo seu trabalho. Para fechar, que conselho você daria para pessoas que buscam seguir no caminho da arte hoje?

 

Muito obrigado vocês, foi muito massa recebê-los aqui. E o conselho é faça o que você gosta, arte ou skate, pelo motivo mais nobre que é o simples gostar de fazer. Fazer para buscar dinheiro, fama ou vaidade já é um desvio do princípio, arte é processo e não produto. Fazer algo nos dias de hoje sem esperar reconhecimento monetário pode ser um belo caminho para uma evolução pessoal, isso são coisas que a arte e o skate lhe oferecem.

Grão em seu ateliê em sua casa

 

Shape de marfim com fiberglass disponível nos tamanhos: 7,75″ – 8″ – 8,25″ e 8,5″

 

Shapes já disponíveis para compra – acesse: Loja Amee

Texto, fotos e edição do video:
Joao Lucas Teixera ( @joaolucasrt )

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